sábado, outubro 27, 2007

sexta-feira, outubro 26, 2007

De Gaulle Lecture


De Gaulle, ainda nos tempos do RPF, explica (bem) as funções de um chefe de Estado. Só se equivocou no início: em vez do colégio eleitoral (mais abrangente que o Parlamento), deveria estar o princípio hereditário da dinastia histórica.

quarta-feira, outubro 24, 2007

No espírito da primeira Lilibeth


Diz o Bruno:

"Nomeadamente, resta saber se o bom povo britânico não virá entretanto tentar impor a sua vontade ao resto da Europa, descarrilando tudo mais uma vez."

Já os livres e leais portugueses contam com os Britânicos para continuarem a fazer descarrilar os bons e bem intencionados planos dos que nos querem meter de novo em "invencíveis armadas" (metendo-nos com as potências continentais em guerras "civilizadas" da pólvora e da manteiga que não são nossas).

(Quanto à imagem, é uma sugestão de inspiração, para que não voltemos a estar do lado errado da História.)

terça-feira, outubro 16, 2007

quarta-feira, outubro 10, 2007

Símbolos da Rússia


Na imagem, as armas do Império Russo; em baixo, duas versões do hino imperial, "Deus salve o Czar" [“Bozhe, tsarya khrani”].

Cantado, com órgão

Instrumental (1914)

Não fosse a catástrofe da I Guerra Mundial, a Rússia tinha todas as condições de consolidar uma monarquia constitucional que dava os primeiros passos. Com todas as insuficiências e erros políticos, o regime representado nestes símbolos foi bem melhor que aquilo que se seguiu a 1917 (ver excertos da Constituição outorgada em 1906). Aliás, a ascensão do comunismo não pode deixar de ser vista como uma pulsão essencialmente reaccionária perante a crescente liberalização e modernização da Rússia, onde, aos poucos, se alargava uma classe média que estava a mudar profundamente a sociedade e que faria consolidar, mais tarde ou mais cedo, as reformas liberais já iniciadas. Não deixa de ser interessante notar que, nas suas armas, o império representasse a individualidade de cada um dos territórios, com as suas armas e coroas próprias (como são os casos da Polónia e da Finlândia, que se identificam bem).

Não andamos por ver andar os outros

O André Abrantes Amaral e o Adolfo Mesquita Nunes são bloggers que aprecio, mas que, a propósito da coisa festejada (por quem?) no passado dia 5 de Outubro tiraram conclusões um tanto ou quanto discutíveis. Nos comentários a este post, já deixei as minhas impressões. A este outro, acabei de deixar esta:

Aos Portugueses tanto se lhes dá como se lhes deu o liberalismo (para não dizer que, ao contrário da monarquia, há até uma hostilidade generalizada). Isso quer dizer que, perante isso, os liberais devem arrumar as botas e desistirem de o ser e de defenderem aquilo que julgam certo? Como a minha resposta é "não", tenho dificuldade de perceber ao que conduz este tipo de argumentação.

E acrescento: compreendo a falta de disponibilidade para discutir a função constitucional de uma chefia de Estado dinástica. Mas não é intelectualmente sério querer arrumar a questão desta forma (chamando-lhe "discussão bafienta").

quinta-feira, outubro 04, 2007

A "queda" do liberalismo...

Escrevi aqui esta pequena provocação ao Paulo Pinto Mascarenhas:

O Paulo Pinto Mascarenhas provavelmente já não vai ler isto, mas acho curioso que nestes comentários tenha dito que a "Atlântico" "ultrapassa dicotomias esquerda-direita, ou que esta dicotomia não é a mais relevante" e depois apresenta-a aqui como "uma revista da direita civilizada e inteligente". Isto não é um bocadinho incoerente? Por outro lado, é interessante notar que, na apresentação da revista, provavelmente para não afugentar os conservadores, o termo "liberal" caiu... Foi-se a "direita liberal" e ficou a "direita"? Mas isso é exactamente o que eu sempre argumentei: que, na confusão do liberalismo com a "direita" (ou com a dicotomia "esquerda" vs "direita"), seria sempre o liberalismo o sacrificado - mais tarde ou mais cedo...

quarta-feira, outubro 03, 2007

Ron Paul e o "Ah e tal e coisa..."

Pior que os adversários-fanáticos-de-Ron-Paul-que-chamam-fanáticos-aos-apoiantes-de-Ron-Paul podem ser aqueles (plural formal) que dão uma no cravo e outra na ferradura. Não gostar de Ron Paul é legítimo. Já este exercício de gestão da opinião própria é coisa mais... digamos, viscosa.

Evangélico(s) por Ron Paul

O pastor baptista Chuck Baldwin explica aqui por que razão as lideranças evangélicas, pelo menos as mais mediáticas e chegadas a Washington D.C., ignoram Ron Paul. Baldwin, ele próprio um "líder" religioso, bem dentro daquela "tradição americana" de que Ron Paul se reclama, é um constitucionalista preocupado com as verdadeiras questões morais e políticas, como se pode ler aqui.

Para o grupo de apoio de protestantes evangélicos a Ron Paul, ver Christians for Ron Paul.

Comércio e imigração

Hans-Hermann Hoppe, «The case for free trade and restricted immigration» (Journal of Libertarian Studies vol.13 n.º2, Verão 1998, pp. 221-233): «(...) while someone can migrate from one place to another without anyone else wanting him to do so, goods and services cannot be shipped from place to place unless both sender and receiver agree. Trivial as this distinction may appear, it has momentous consequences. For free in conjunction with trade then means trade by invitation of private households and firms only; and restricted trade does not mean protection of households and firms from uninvited goods and services, but invasion and abrogation of the right of private households and firms to extend or deny invitations to their own property. In contrast, free in conjuction with immigration does not mean immigration by invitation of individual households and firms, but unwanted invasion or forced integration; and restricted immigration actually means, or at least can mean, the protection of private households and firms from unwanted invasion and forced integration. Hence, in advocating free trade and restricted immigration, one follows the same principle: requiring an invitation for people as for goods and services» (pp. 226-227).

segunda-feira, outubro 01, 2007

Pedido de desculpas

O Paulo Pinto Mascarenhas apresentou objecções válidas à forma como me referi à revista "Atlântico", pelo que lhe apresentei a ele e aos outros colaboradores da revista (que não o senhor Henrique Raposo) o meu pedido de desculpas - ver aqui.

Os "sensatos" herdeiros do Sr Callaghan


A partir de 1976 e até às eleições gerais de 1979, Margaret Thatcher enfrentou James Callaghan, o "moderado" e "sensato" primeiro-ministro trabalhista, um Blair mais maduro antes de Blair, que a atacava insistentemente como alguém que tinha "o discurso mais ideológico neste País desde o pós-guerra". Para Callaghan, que mereceu no obituário do "Spectator" o apelido de "verdadeiro Tory", Thatcher era uma sectária do mercado livre, uma política inexperiente apenas com ideias (aliás, bastante perigosas) na cabeça. Como Thatcher lembrou nas suas memórias em "The Downing Street Years", os ataques de Callaghan replicavam aqueles que lhe eram feitos dentro do seu próprio partido por toda a "velha guarda" conservadora, apostada no modelo corporativista das decisões a três - governo/TUC (sindicatos)/CBI ("empresários"). Foi esta coligação de interesses da "esquerda" e da "direita" sociais-democratas que ela teve de enfrentar até conseguir uma vitória mais folgada em 1983. Aqueles que hoje falam em nome do conservadorismo do bom senso, do realismo e da moderação contra Ron Paul são os mesmos que teriam em 1979-1981 estado contra o programa ideológico liberal de Reagan e de Thatcher e que hoje, com uma desfaçatez do tamanho do mundo, se reclamam destes dois liberais contra Ron Paul. De quem a direita "liberal" é herdeira é do Sr. James Callaghan (que descanse em paz).

Actualização: Pára tudo! Afinal, sou um marxista-liberal! Não um perigoso evangélico nem uma "freira ao quadrado". Da mesma fonte criadora do islamo-fascismo, mais uma inovação tão bem-vinda à Ciência Política!

Da "Atlântico", o "charme" nojento da direita "liberal"

O desrespeito profundo que tenho pela autoproclamada "direita liberal", por aqueles que usam o liberalismo para propósitos mesquinhos de baixa política e que tentaram impingir aos liberais a ideia de que "o liberalismo tem de passar pela direita", tornou-se ainda maior depois de ler este naco de prosa nojenta. Trata-se de um senhor, analfabeto em questões de liberalismo, que consegue fazer no mesmo texto, além do enésimo ataque ad hominem a Ron Paul (perante um liberal sério e consequente, qualquer político estatista serve a um estatista desde que se esbarre o caminho ao liberal), menções profundamente injuriosas a católicos e protestantes - e tudo num tom de vão de escada que denuncia provavelmente a personalidade que temos pela frente e os meios em que se move. Não me tinha enganado em dizer, há uns tempos, que os liberais andavam muito equivocados se pensavam que dos lados da "Atlântico" vinha alguma coisa saudável.