quarta-feira, julho 10, 2013

O discurso presidencial de hoje à noite, trocado por miúdos, parece significar o seguinte:

1. O governo continua como estava antes da “macacada” de Portas, isto é, este foi encostado à parede pela segunda vez (a 1.ª foi por Passos Coelho, que não transmitiu ao Presidente a exoneração anunciada unilateralmente por Portas);

2. A ministra das Finanças não vai ser “coordenada” coisa nenhuma por um vice-primeiro-ministro, que não vai existir;

3. Portas fica nos Estrangeiros ou assume a sua irresponsabilidade até ao fim;

4. O PS é encostado à parede para dizer o que quer fazer no pós-Troika, pois anda há dois anos a fazer e dizer o mesmo que Portas em surdina, iludindo a parede que se aproxima e contra a qual vamos chocar.

Trata-se, pois, de uma chamada geral à responsabilidade e de um ponto de ordem sobre o estado do Governo (tudo como antes). A atualizar…

domingo, julho 07, 2013

Xeque ao "rei da Jordânia"

A solução encontrada para manter Portas no Governo, dando-lhe uma vice-presidência, uma coordenação da área financeira e económica (que só pode ser para o manter ligado aos dossiers e dificilmente com iniciativa técnica na parte das Finanças) e o seu amigo Pires de Lima na economia, pode ser que funcione, mas é claramente uma forma que Passos encontrou de lhe retirar margem para continuar com o jogo perigoso em que anda desde 15 de setembro do ano passado e que custou consequência às políticas financeiras do Governo e levou, por desgaste, à saída de Gaspar. Continuo a pensar que nisto também se vê mais tacto político de Passos (e menos “amadorismo”) do que muitos comentadores encartados lhe querem reconhecer. E é uma paradoxal “promoção” política de Portas, regada de responsabilidade acrescida, aquilo afinal a que ele anda a fugir desde que o atual governo entrou em funções. O CDS, definitivamente, revelou-se a “Jordânia” que certa comentadora diz ser. Xeque, pois, ao “rei da Jordânia”.

quarta-feira, julho 03, 2013

Desculpem o meu francês... (agora sou passista)

Nas crises é que se vê quem tem TOMATES. Gaspar e Portas mostraram que não têm: o primeiro não aguentou que lhe cuspissem para cima num supermercado; o segundo confirma que, afinal, tem um umbigo maior que a Pátria. A diferença entre os dois é que Gaspar é um homem sério e que sabe o que tem de ser feito (falhar previsões só mostra que é humano); já o sensível Portas ou não quer ficar com fama de "papa-reformas" (então que não se metesse em cargos de responsabilidade) ou está de novo com o ego enflamado - de qualquer forma, para mim, Portas morreu. Quem revelou ter TOMATES foi Pedro Passos Coelho. Digam dele o que quiserem, que escolheu Relvas (a lealdade em política custa a alguns e alguma coisa a outros) e que é um mau "coordenador do Governo" (não me parece, dada a forma como tem gerido Portas e ontem o encostou à parede) ou "mau comunicador" (para "bom" tive uma overdose com Sócrates). Ele é o homem do momento, saibam ter olhos para ver isso. O seu FICO fez-me lembrar o D. Pedro em 1822. É de homem com TOMATES, num país habituado nos anos recentes a fugas célebres. Só foi pena que tivesse deixado Crato ceder a um dos dois grandes lobbies do Orçamento, o que, em todo o caso, terá de ser reversível mais à frente. Esperemos agora que o CDS corra com Portas e dê todo o apoio a Passos Coelho e à ministra Maria Luís Albuquerque, a única sucessora lógica de Gaspar (como bem sabem os que iniciaram há semanas a campanha para a descredibilizar por saberem o que ia acontecer). Senhores deputados e conselheiros nacionais do CDS: revelem ter TOMATES e não deixem também o CDS morrer para mim.