No "Diário de Notícias" do último domingo 4 de Maio (p. 2) apareceu uma notícia sobre um estudo de uma ONG britânica, a Demos, relativa à saúde das instituições democráticas na Europa (ver aqui). Este estudo contempla a democracia política, mas inclui dados, que tenta quantificar, mais relativos à participação cívica e a hábitos sociais de escrutínio pelos cidadãos dos responsáveis políticos e administrativos. Ora, o L&LP fez sobre o Índice elaborado nesse estudo um pequeno exercício comparativo entre a posição média das monarquias constitucionais e das repúblicas.
Assim, pode observar-se que, num conjunto de 25 países e numa escala de 50 pontos, as monarquias têm uma média de 38.74 e o conjunto das repúblicas 22.08 (sendo que no "pódio" estão, por ordem, a Suécia, a Dinamarca e os Países Baixos, todos monarquias constitucionais). A monarquia com pior resultado é a Espanha (13.º), mesmo assim a meio da tabela e substancialmente mais bem posicionada que Portugal. Observe-se que a Espanha é também, de entre as monarquias europeias, a que tem há menos tempo e em descontinuidade histórica a instituição dinástica na chefia de Estado.
Conclusões? Primeiro, que a posição das sociedades com monarquia é na parte de cima da tabela. Segundo, que, como se vê, a saúde dos hábitos democráticos se dá muito bem com chefias de Estado dinásticas. Terceiro, que a generalidade dos países na metade de baixo da tabela, há várias décadas sem monarquia, não parece ter melhorado com isso. Ou seja, a poliarquia faz bem à democracia.