Para deixarmos a paragem trágica e lúgubre em que apanhámos o comboio de Mozart no post anterior, nada como ver este excerto de "A Flauta Mágica", no qual Papageno, o simples, se salva da tentação da morte com duas coisas também simples: a música e uma companheira (Papagena) para o "aquecer" e por ele ser "aquecida". Se, para além da própria qualidade da criação musical, há coisa em que o génio de Mozart se evidencia é nisto: saber construir (saber captar) musical e dramaticamente o pulsar dos egos grandes e trágicos e, ao mesmo tempo, os dos simples e "mansos" (até nos trazer, com diferença de segundos, às lágrimas e ao riso)...